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Educador, navegador e intitulador

Ontem, em uma roda de conversa sobre educação, uma das participantes questionou como se dá o processo de apoiar as crianças no acesso aos conhecimentos já estruturados, porém sem apresentar uma aula expositiva ou direcionar uma atividade com esse propósito.

Por exemplo, como apresentar que a biologia é a ciência que estuda os seres vivos e que dentro dela existe a botânica para o reino vegetal e a zoologia para o reino animal?

Primeiramente, entendo que é preciso compreender se, naquele momento e situação, apresentar esses conceitos é relevante para o desenvolvimento daquele aprendiz. Um bom indicador é quando uma curiosidade se apresenta na forma de uma pergunta também estruturada: “Porquê as folhas são verdes e as flores tem outras cores?”.

É nesse momento que o educador entra em cena com seu papel de navegador e intitulador, navegador porquê irá apresentar destinos e caminhos possíveis para o aprendiz encontrar a resposta da sua pergunta e intitulador porquê irá nomear tais destinos e caminhos para apoiar o aprendiz em busca das soluções para sua curiosidade.

“Você pode encontrar essa informação naquele livro verde de biologia da biblioteca, deve haver um capítulo sobre o reino vegetal ou botânica onde têm explicações sobre as plantas”.

Nessa jornada de aprendizagem, entre o interesse, a necessidade e a oportunidade, é importante compreender o papel de cada um nessa relação. O educador dispõe de destinos, caminhos e ferramentas na forma de materiais em um ambiente preparado e apoia o aprendiz facilitando sua navegação, mas é o aprendiz quem deve se movimentar. Pode ocorrer do aprendiz não se movimentar ao destino que você o orientou rumo a resposta, talvez encontre um caminho alternativo com os nomes que você apresentou ou desista de encontrar a resposta naquele momento, mas com certeza essa postura fará com que ele te procure quando precisar de novos caminhos e é essa relação de parceria que criará a melhor experiência de aprendizagem para ele.

Sejamos mais educadores-navegadores-intituladores, menos educadores palestrantes, até porquê não é possível ter uma boa palestra para as infinitas perguntas que podem surgir de um grupo de crianças curiosas, mas a nossa experiência nos permite intitular muitas rotas de navegação e dar segurança aos novos exploradores do conhecimento.