No começo desse ano, eu e Ana Paula decidimos imprimir um planner e colocá-lo na parede, nos organizar melhor no tempo. Mas o vento batia forte aqui e sempre derrubava um mês ou outro.
A gente foi insistente, colou os meses caídos, mas um dia a metáfora se tornou realidade: o isolamento social bagunçou todo nosso planejamento.
Mas que pretensão a nossa: tentar colocar a vida futura dentro de caixinhas alinhadas e ainda querer segui-la a risco.
A vida é cíclica e harmoniosamente caótica, mas está longe de ser previsível e metódica como os calendários.
O que estamos vivendo é fora do comum eu sei, mas me fez pensar em quantas vezes a gente já se frustrou quando não conseguiu encaixotar a vida nos quadrados do calendário?
Quantas vezes o planejamento, ao invés de nos deixar mais produtivo, nos deixou mais amarrado?
Reinventar a escola é repensar a nossa relação com o tempo, respeitar o tempo da vida, do aprendizado, de cada um.