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Para ouvir nossa voz interna é preciso um ambiente silencioso

man in red polo shirt sitting near chalkboard

Nós sabemos que aprender, criar, explorar, experimentar e expressar são movimentos naturais dos seres humanos, observe um bebê interagindo com o mundo, cada instante é cheio de movimento, costumamos dizer até que o bebê, devido a todo esse movimento, é “cheio de vida” 🤔

Então, o que acontece durante o crescimento dos humanos que torna o aprendizado não natural? Porquê o bebê aprende (a andar e falar por exemplo) interagindo de forma natural com o ambiente e em determinado momento acreditamos que é necessário darmos aulas expositivas sobre o mundo e instruções passo a passo de como resolver os problemas?

Observando ambientes de aprendizagem sem direcionamento vi crianças realmente comprometidas no desenvolvimento de projetos pessoais (assim como os bebês no desenvolvimento das suas habilidades). Diferente daquela empolgação passageira e ilusória (como as palestras motivacionais e cursinhos pré-vestibulares criam), essa motivação é mais forte e verdadeira, pois é impulsionada por uma voz interna que todos nós temos, essa voz que podemos chamar de essência, interesse, verdade, etc.

Essa voz interna é “tímida”, pois normalmente é reprimida e silenciada, de forma inconsciente, em muitas crenças e comportamentos. O quão normal é escutarmos e falarmos frases com essa estrutura: “deixa isso pra lá, vai fazer algo que preste”, onde ‘isso’ é o nosso interesse e ‘algo que preste’ é o que o outro considera importante. E esses padrões são propagados também de forma não-verbal e absorvidos pelas crianças que aos poucos, assim vão silenciando a sua voz interna e seguindo o que as vozes externas vão ditando.

Se queremos educar crianças criativas, exploradoras, expressivas e aprendentes, precisamos criar um ambiente silencioso, silenciar o nosso direcionamento, nosso julgamento, nossa comparação, nossa avaliação em relação a manifestação das crianças. É esse silêncio que vai permitir as crianças se conectarem com a sua voz interna e então realizarem seus desejos de uma forma tão comprometida e verdadeira que nenhuma outra ação nossa poderia proporcionar.