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A criança só faz aquilo que lhe interessa

Já imaginou criar uma escola onde o aprendizado acontece enquanto a criança faz aquilo que é do seu interesse?

Sabemos que aprendemos melhor quando estamos envolvidos naquilo que estamos estudando. O desafio de muitos educadores e gestores é criar propostas, situações, projetos, materiais que envolvam as crianças e adolescentes no estudo. E por mais que a gente se esforce enquanto educador, vai ser difícil criar um projeto que realmente os motive, diria impossível se tentarmos fazer isso para todas as áreas do currículo ou para uma turma toda ao mesmo tempo.

Eu passei por isso quando era professor de robótica, tinha os melhores materiais do mercado, um desafio elaborado por grandes especialistas mundiais, somente alunos interessados em ir para a escola no contra turno realizar aquela atividade e mesmo assim, em algum momento ficavam desmotivados, distraídos e desfocados.

Isso porquê a gente só faz de verdade aquilo que nos interessa, e por mais que todos naquele grupo de aprendizes se interessassem por robótica, não estavam o tempo todo interessados por aquilo. Por mais que nós educadores e pesquisadores das tecnologias educacionais tivéssemos criado materiais e abordagens muito estimulantes, ainda assim, essa MOTIVAÇÃO É EXTERNA as crianças e adolescentes que estamos atendendo.

A grande sacada da aprendizagem auto dirigida – ou livre, ou sem direcionamento – é que a atividade, projeto, pesquisa ou ação parte da MOTIVAÇÃO INTERNA de cada um, que é única em espaço e tempo.

Permitir ao outro se movimentar a partir da sua motivação interna exige uma mudança de postura nossa enquanto educadores, exige que a gente abandone o controle de “como as coisas vão ser”, nos convida a deixar de lado o planejamento da aula, do semestre, do currículo. Mas é uma mudança que abre espaço para que a gente veja o aprendizado acontecer, de forma singular e verdadeira, a todo momento. Cumprindo, no final das contas, com todo aquele currículo e habilidades que antes controlávamos.

Obs: Fazer só aquilo que lhe interessa não significa não fazer aquilo que é sua responsabilidade e criança não quer fazer, mas isso fica para outro post sobre limites e auto responsabilidade.