Certo dia estava observando Valentina fazendo uma tarefa de matemática da escola, ela não estava conseguindo entender o que são as unidades, dezenas e centenas, somar ou subtrair da maneira que o livro didático propunha.
Sua mãe pediu para que eu e Ana a ajudássemos na tarefa, mesmo contrariados com a ideia da tarefa de casa fomos ajudar, pensamos que utilizar um kit de material dourado seria bom para explicar com algo mais concreto, já que os dedos não estavam sendo suficientes.
Mostramos o cubinho:
– Esse é o 1, uma unidade.
Mostramos o palito:
– Esse é a dezena, tem 10 unidades.
Ela acena com a cabeça que está entendendo, voltamos para o exercício do livro que tinha alguns número que fomos formando com o material. Ela começa a contar as peças, mas não distingue unidades de dezenas, conta cada peça como se fosse uma.
– Olha Valentina, esse é a unidade que vale 1, e esse aqui é…?
– O palitinho!
Valentina é daquelas crianças que observa o mundo memorizando as formas das coisas para traduzir suas visões em traços, além de ver as formas das coisas do mundo ainda conta com uma lente imaginativa que permite ver a realidade acrescentando pitadas de magia e diversão. A prova disso é o dia em que estávamos na plantação da mãe dela e ela sorriu para um pé de alface que florescia e disse “olha! parece um pinheirinho”.
O material dourado é muito legal para explicar matemática para as crianças, mas para funcionar (assim como qualquer outro material), precisa estar alinhado com a necessidade, o interesse e a maturidade da criança.
Valentina viu o palitinho, os cubinhos e provavelmente imaginou diversas coisas que aqueles blocos poderiam formar, essa é sua potência e fazendo seus desenhos também desenvolve seu pensamento matemático, quando precisar entender as dezenas e centenas com certeza irá encontrar uma forma de aprendê-los, afinal, mesmo que tenhamos passado por aulas formatadas, só aprendemos esses conceitos de verdade quando estão conectados a nossa vida.