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Brincar é um ato científico

photo of child s hand playing clay

A brincadeira é a expressão natural da criança no mundo, ao chegar em um novo ambiente, ao conhecer novas pessoas, ao utilizar novos materiais, ao experimentar novas sensações, a criança aprende sobre o mundo nessas relações e naturalmente nessas interações ela perpassa pelas etapas da metodologia científica.

Imagine uma criança brincando com massinha pela primeira vez, inicialmente ela OBSERVA o objeto e se PERGUNTA (introspectivamente ou ao seus pares): O que é aquilo? Pra que serve? É de comer? Posso mexer?

Depois formula suas HIPÓTESES e começa os EXPERIMENTOS: toca, aperta, amassa, estica, cheira, mistura, divide, constrói, desmancha.

Com esses experimentos obtém muitos RESULTADOS e analisando-os pode CONCLUIR, que aquela massa pode ser modelada com as mãos, dividida em vários pedaços, misturada com várias coisas e inclusive com outras cores, mas que fica com aquela cor esquisita se misturar.

Por fim, começa a PUBLICAR seus estudos com seus pares: “essa massinha dá pra usar assim”, “se misturar tudo depois não dá pra separar”, que por sua vez também REPLICAM seus experimentos para VALIDAREM a pesquisa de forma independente, é isso mesmo, não contentes com a explicação de alguém mais experiente, as crianças e os cientistas sempre testam as hipóteses por conta própria.

O interessante disso tudo é perceber o quanto a escolarização convencional afasta as crianças desse fluxo de aprendizagem natural, que não tem só a ver com o brincar mas com toda a construção do conhecimento, mas depois de crescidos busca introduzir essa metodologia (de forma teórica) no desenvolvimento dos projetos de diversas disciplinas universitárias e também em diversos ambientes profissionais.

Eu compreendo que não é por mal, é por não sermos treinados a observar o aprendizado acontecendo de forma livre nas atividades próprias da infância, este treino deve ser primordial em qualquer formação educacional moderna, pois é o que irá revolucionar a forma como organizamos as escolas, permitindo que cada um siga seus próprios interesses, necessidades e capacidades, sendo acompanhado e assistido a partir da sua singularidade.