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“Os maiores já foram menores, mas os menores não foram maiores”

“Os maiores já foram menores, mas os menores não foram maiores”

Essa foi a frase dita por um irmão mais velho, durante vários dias, em diversas situações, no espaço educativo em que eu estava.

Ele estava realmente admirado de ter percebido isso.

Começou quando ele contou para um amigo que ele pode assistir um filme que o seu irmão mais novo não podia. Depois estava construindo uma casinha de papelão e esse mesmo amigo disse para ir buscar o estilete para cortarem a janela, ele passou por mim e disse:

– Meu irmão não pode vir nessa sala nem usar o estilete, ele ainda é pequeno, mas eu também não podia antes.

Quando várias crianças foram subir na árvore, algumas crianças menores não conseguiam passar do tronco principal, um deles fala:

– Seria bom que os pequenos conseguissem ir lá em cima porque lá tem os galhos menores, aguenta os pequenos mas não aguenta os grandes, mas os pequenos não conseguem chegar lá.

Eu sei, parece pouco aprendizado, parece só brincadeira e papo de criança, mas tente se lembrar dos exercícios, histórias, textos e atividades que são propostos diariamente para as crianças desenvolverem a habilidade de comparar idades, compreender adjetivos como o novo, velho, pequeno, grande, ordenar grandezas, perceber o espaço seu e do outro.

Todas essas atividades que gastamos tempo planejando, encaixando no currículo, no nosso plano de aula, tornando lúdicas… Acontecem naturalmente, espontaneamente e afetivamente.

Reinventar a escola é parar de tentar encaixar a vida dentro do currículo, é ver o aprendizado (inclusive curricular) acontecer na vida o tempo todo.